9.3.08

Clafoutis em amarelo com uma nota de paixão



Lembro-me vivamente de aprender a escrever, das dificuldades em desenhar os 'J's e os 'I's, das pernas enroladas dos 'a's ou das linhas tortas invariavelmente a subir... Em contrapartida, não tenho qualquer memória de aprender a ler. Desde que me conheço que sei ler. Eu sempre li, ninguém me ensinou. Apesar de ter crescido numa casa cheia de livros, não fui especialmente estimulada para ler. Pelo menos não mais do que para a música ou para os desportos de ar livre, para os quais não tenho qualquer queda. Sou uma leitora compulsiva. Quando leio, sou eu e o livro e o mundo não importa. Não tenho fome, frio ou sono. É bastante obsessivo e nem sempre é fácil viver com um ser capaz de se alienar de modo tão eficaz daquilo que o rodeia. Com os anos, o meu amor pelos livros não diminuiu mas aprendi que um livro não substitui tudo. Não surpreende que eu seja viciada em livros de cozinha e em editoras de livros de cozinha, sendo a Marabout, a minha favorita. Desde a escapada parisiense tenho cozinhado bastantes receitas destes livrinhos: madeleines e clafoutis entre outros. Comecemos pelos clafoutis!

Clafoutis de Requeijão com Tomates Cherry
Inspiração de Isabel Brancq-Lepage, Flans, fars et clafoutis, Marabout.

4 ovos
200 ml natas
100 ml leite
100 g requeijão, esmigalhado
50 g farinha, peneirada
1/4 chávena cebolinho, picado
12 tomates Cherry
sal e pimenta

Pre-aquecer o forno a 180°C.

Numa tigela média, bater os ovos com as natas e o requeijão. Adiciona-se a farinha, mexendo continuamente. Acrescenta-se o leite e bate-se até a mistura se apresentar homogénea. Junta-se o cebolinho e tempera-se com sal e pimenta (dependendo do sal do requeijão). Colocam-se os tomates de forma distribuida num prato de ir ao forno, untado e polvilhado. Deita-se a massa cuidadosamente, de modo a não alterar a disposição dos tomates. Vai ao forno por 25 minutes ou até estar completamente cozido. Serve-se imediatamente, como acompanhamento ou com uma salada verde.