26.4.10

Um festim para o olhar

Josefa de Ayala (1630-1684) Natureza-Morta com Doces e Barros, 1676 // Óleo sobre tela, 85 x 160,5 cm // Santarém, Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire ©Santarém, Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire / Foto Carlos Azevedo

A comida tem sido tema recorrente ao longo dos séculos no meio artístico. Um festim para o olhar de gulosos e outros glutões, em que cabeça, coração e estômago desempenham papel igualmente importante. [início da aula] Inúmeros artistas encontram nos alimentos um catalisador para o seu discurso ou uma metáfora capaz de estabelecer paralelos com outras temáticas e áreas científicas, transformando em última instância o acto de comer em razão suficiente para uma reflexão sobre a vida humana. A pintura de Natureza-morta é apenas um exemplo mas a produção na Europa dos últimos séculos permite traçar um retrato das sociedades, dos costumes, hábitos e rituais dos povos entre a maior simplicidade dos países do Sul e a opulência dos países do Norte. [fim da aula]

A Fundação Gulbenkian tem patente A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa, uma exposição em que se atravessa os séculos XVII e XVIII (a continuação pelos séculos XIX e XX chega em Outubro de 2011) pelos doces de pintores como a nossa Josefa de Óbidos (em cima) ou os frutos prontos a comer do Mestre da Natureza-Morta de Hartford (em baixo). O percurso da exposição oferece, entre outras naturezas-mortas, uma passagem por cozinhas e mesas de banquete e é garantia de uma tarde bem passada para quem faz da comida mais do que conteúdo a empratar (se bem que pratos, copos e talheres não faltem!).


Mestre da Natureza-Morta de Hartford Natureza-Morta com Flores e Frutos // Óleo sobre tela, 76,2 x 100,4 cm // Hartford, Wadsworth Atheneum Museum of Art, CT. The Ella Gallup Sumner and Mary Catlin Sumner Collection Fund

A Perspectiva das Coisas

A Perspectiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa
Primeira parte: Séculos XVII-XVIII

Até 02/05/2010 na Fundação Gulbenkian