Há vegetais para todos os gostos. De todas as cores, formatos e texturas. Os que trazem sorrisos à primeira vista. Os que encerram mistérios. Os que há em todas as casas e que toda a gente come. E depois há vegetais de que ninguém gosta. É uma espécie de um complot divino. Um alinhar dos planetas contra a couve-flor. Uma má vontade com as favas. E claro, no topo, uma aversão visceral às couves de Bruxelas. Não que eu entenda ou subscreva estas prerrogativas. Encanto-me com os vegetais no mercado como quem tem paixonetas por sapatos em frente da montra da loja. Quero. Quero muito. Tenho de ter. Só que no meu caso é um coup de coeur por alcachofras ou ruibarbo. Ou couves de Bruxelas, assim elas apareçam nas bancas do mercado.
Nesta altura do ano apetece comida de tacho, ligar o forno e pratos quentes e reconfortantes. Sobretudo depois de uma caminhada junto ao mar com o vento marítimo a envolver os passos e o sol fugidio a fazer uma breve aparição.
O mar em Novembro a partir da Pedra do Sal começa a mostrar a sua força. Mesmo num dia de calma, há um reboliço que traz os surfistas à praia e deixa os voyeurs como eu de sobreaviso. Um misto de admiração e medo em partes iguais. Optamos por caminhar ao longo da costa, espreitando pescadores e outros autóctones. Sinto-me sempre muito pequenina ao olhar esta imensidão de água a perder de vista.
De volta a casa, tiro uma frigideira do armário e dou uso à mão cheia de couves de Bruxelas que aguardam numa tigela sobre a bancada. Hão-de fazer uma entrada para uma refeição vegetariana. Entre narizes mais ou menos torcidos e o reconhecer que afinal é bom, nada sobra. E assim, todos gostam.
Couves de Bruxelas com parmesão e croûtons de alho
serve 2, como entrada
200 g couves de Bruxelas frescas (as maiores partidas ao meio)
1 colher (sopa) azeite
1 dente alho pequeno, picadinho
2 fatias pequenas de pão
1 dente alho inteiro
azeite extra, para os croûtons
2 colheres (sopa) parmesão ralado
Coloque o azeite numa frigideira de fundo grosso com o alho e as couves. Tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar com tampa em lume fraco, durante 5-7 minutos. Torre o pão. Esfregue com o alho e regue com um pouco de azeite. Parta em bocados. Verifique com a ponta de uma faca se as couves estão cozidas e levante o lume para caramelizar ligeiramente (2 minutos). Junte os croûtons e mexa. Retire do lume e acrescente o queijo. Sirva de imediato.
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outra receita:
Couves de Bruxelas salteadas
Também sou assim gosto de todos os legumes (à excepção do nabo, que realmente não consigo comer!) e fico encantada com a variedade de cores, formatos, tamanhos e sabores. É tudo tão rico e pedir para ser comido, utilizado em laivos de imaginação ou em receitas tradicionais que é quase pecado ignorarmos este chamamento :)
ResponderEliminarNunca me tinha lembrado de juntar parmesão à couves de bruxelas, mas vou experimentar. A maneira como gosto muito delas é cozidas em água e sal e depois "regadas" com creme balsâmico ou simplesmente salteadas com azeite e vinagre. Perfeitas para acompanhar qualquer prato!
Gosto de couves de bruxelas tanto quanto gosto de favas :) Eu sou uma quase vegetariana que é obrigada a comer carne ha ha
ResponderEliminarCuriosamente ainda ontem à noite comi couves de bruxelas, mas simples, salteadas com alho francês e cenoura para acompanhar o salmão grelhado.
ResponderEliminarEu gosto muito destas couves, que têm uma grande vantagem em relação a muitos outros legumes adorados pela maioria: são lindos aos olhos, são uma autêntica perfeição em tamanho mini e os olhos também comem :)
Um beijo
Gosto imenso de vegetais, e ir ao mercado e ver as bancas a transbordarem de verdes. Também gosto de cultivar e colher os meus próprios vegetais, é um encanto. Gosto de couves de bruxelas e de favas também, não me lembro de nenhum vegetal que me irrite. Ficou lindo o prato, simples mas rico em sabor.
ResponderEliminarUm beijinho.
Eu tenho das mesmas paixões: como sapatos numa montra, assim me deixo a mirar fruta e vegetais nas bancas do mercado. :)
ResponderEliminarEsse passeio de mar e vento conheço bem, abre o apetie! :))
Bjs
Que delicia couves de bruxelas sem serem congeladas.. sabes que aqui onde moro não é facil encontrar á venda.. adorei a tua receita! beijos
ResponderEliminarPor aqui o mar também anda agreste mas lindo de mirar pela janela.
ResponderEliminarCouves de Bruxelas são uma paixão, pena tenho de as encontrar raramente.
Boa sugestão a sua.
Couves de Bruxelas condizem mesmo com o Outono... e eu que não as como há tanto tempo! A combinação com o parmesão pareceu-me muito boa...
ResponderEliminarCouves de bruxelas frescas, são um sonho... E depois de um passeio energizante à beira mar, uma perfeita complementação!
ResponderEliminarGostei muito do teu blog, vou passar mais vezes...
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Nem toda a gente morre de amores por elas. Mas eu ate aprecio bastante e as tuas estao ca com uma pinta.
ResponderEliminarBeijinhos
Suzanita,
ResponderEliminarEu entendo esse ódio com certos vegetais, porque também eu passei por ele, confesso que até há muito pouco tempo atrás essas couves também estavam no topo da minha lista, seguidas pelas beringelas e pelos espargos... Hoje o único a que ainda vou torcendo o nariz é à beringela, mas já entendi o porquê desses ódios de estimação, muitas vezes o primeiro contacto não é o melhor, provamos uma receita em que os sabores não estavam no alinhamento certo ou no caso das couves de bruxelas provamos as congeladas em vez das frescas e depois é o que dá. Essas couves ficaram apetecíveis e não tinha pudor nenhum em roubar daí uma garfada delas :)