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22.2.08

Je ne veux pas travailler



Je ne veux pas travailler
Je ne veux pas déjeuner
Je veux seulement oublier
Et puis je fume

Edith Piaf

E lá vou cantarolando a música, que descobri na voz dos Pink Martini, vinda do imaginário de Piaf. Je ne veux pas travailler, Je ne veux pas déjeuner, Je veux seulement oublier, Et puis je fume. Tudo acaba. Até as coisas boas. Ou sobretudo essas! E depois há aquilo que queremos recordar: de tanta comida fotografada e falada parece que não fizemos mais nada por Paris se não comer... Como não quero que esta viagem fique registada apenas como um pecado da gula, deixo-vos um local e um olhar da Paris que encontrámos nesta nossa passagem: o novo museu Quai Branly e o trabalho do fotógrafo americano Saul Leiter, patente na Fondation Henri Cartier-Bresson. As fotografias de arrasar são de Monsieur Le Provador e a luz deliciosa obra do S. Pedro que nos brindou com um tempo primaveril de fazer inveja aos países (antes do mediterrâneo e agora) da West Coast da Europa!

O Quai Branly fica muito perto da Torre Eiffel e foi recentemente inaugurado. As temáticas tratadas não conseguiram competir com o delicioso sol da manhã e apenas passeámos pelo espaço envolvente ao edíficio que alberga as colecções. O projecto de arquitectura é de Jean Nouvel, autor do Institut du Monde Arabe ou Fondation Cartier. À semelhança da pirâmide do Louvre, alguns amam outros abominam. Eu, que aprecio a capacidade de diálogo entre os novos edifícios e os edifícios seculares que tantas vezes se consegue em Paris, não me consegui decidir.

O olhar de Saul Leiter foi do que mais me surpreendeu (profissionalmente falando) nesta viagem. A MAGAZINE da Airfrance trazia um belo artigo sobre a exposição, mas como pouco foi programado nesta viagem, deixámos acontecer. Acabámos num domingo à tarde à procura da Fondation Henri Cartier-Bresson (que não aparece nos mapas) e demos dinheiro e tempo por muito bem gastos. Mais que recomendável para quem goste de fotografia e passe por Paris até 13 de Abril.