9.4.08

Sopa ou tarte?



Eu ia fazer um texto sobre a primavera e o sol do fim de semana e sobre ter andado de tshirt e desencaixotado as memórias dos dias quentes e sobre uma salada de abacate e camarão que é comemoração perfeita para o arranque da nova estação. Ia. Porque depois de duas molhas na segunda e na terça não tenho condições anímicas para tal! E recuso-me a ser enganada pelos laivos de sol de hoje: enquanto da minha janela o rio continuar encoberto, não me deixo enganar por este sol mentiroso. Tenho dito!!

Plano B, portanto. Tenho uma queda por coisas que ficam entre territórios ou como diria a minha mãe que "não são nem carne nem peixe". Neste caso é literalmente assim, uma vez que a receita é vegetariana (ok, puristas - substituam a manteiga por margarina e anulem o mascarpone). A questão que se coloca é: trata-se de uma sopa ou de uma tarte? E porque é que temos de dar nomes às coisas para as tornar parte de categoria reconhecível e reconhecida? É. Também tenho esta mania irritante de dar a resposta na formulação da pergunta... Deixo-vos uma sopa em forma de tarte ou uma tarte com consistência de sopa. Chamem-lhe um nome qualquer. Ficou deliciosa.



6 doses individuais

1 cebola grande, picada
2 dentes alho, picados
1 cenoura grande, ralada
6 cogumelos médios, laminados
1 chávena milho
1 chávena feijões de soja (congelados)
2 colheres sopa azeite
1/2 chávena vinho branco (boa qualidade)
1 folha louro
1 colher chá tomilho (só as folhinhas)
1 colher sopa manteiga
1 colher sopa farinha (bem cheia)
1 chávena leite
1-2 chávenas caldo de legumes
2 colheres sopa mascarpone
1 ovo batido, para pincelar
noz moscada
sal e pimenta
6 quadrados de massa folhada (ou outra a gosto, imagino que a filo devidamente barrada com manteiga não fique mal)

Numa frigideira de fundo grosso, aquecer 1 colher de azeite e saltear ligeiramente um dente de alho picado. Adicionar os cogumelos laminados e deixar cozinhar por 2 minutos, mexendo ocasionalmente. Juntar o vinho branco e o tomilho. Deixar evaporar o líquido, cerca de 6 minutos. Temperar com sal e pimenta. Retirar da frigideira e reservar.

Colocar o restante azeite com a cebola e o outro alho com a folha de louro na frigideira (não é necessário lavar) e alourar por 1-2 minutos. Juntar a cenoura e a soja com uma chávena de caldo e deixar cozinhar. Verificar se é necessário acrescentar mais caldo, até a soja e a cenoura estarem quase cozidas (não cozer demasiado, 4-5 minutos). Acrescentar o milho e os cogumelos. Retirar a folha de louro e temperar com sal e pimenta a gosto. Peneirar a farinha sobre os legumes, mexendo sempre. Temperar com noz moscada. Juntar a manteiga e o leite aos poucos. Mexer 2 minutos, até engrossar o caldo. Retirar do lume e juntar o queijo mascarpone.

Dividir por 6 ramequins. Cobrir com a massa folhada, de forma a tapar completamente o topo de cada um, com decoração a gosto. As minhas florzinhas não são mais do que chaminés - cada ramequim deve ter uma ou um pequeno furinho. Pincelar com o ovo batido. Levar ao forno a 180ºC por 30 minutos ou até a massa estar dourada e cozida.

Aguentam bem no frigorífico por 2 dias ou podem ser congeladas já com a massa (neste caso, não usar massa congelada) num recipiente fechado ou cobertas com película e colocadas num saco fechado. Pincelar com ovo depois de retirar do congelador e levar ao forno a cozer. Consumir no prazo máximo de 2 meses.