19.11.07
Estudo em verde ou a razão de um esparregado
A minha cozinha vê-se ocasionalmente inundada por vagas vegetais vindas do nada. A última de que tenho memória foi em tons de terra e ocre: batatas, abóboras, cebolas, batata doce... As sequelas ainda são evidentes no carrinho dos vegetais: uma rechonchuda abóbora olha para mim todos os dias e eu sem conseguir deixar de a imaginar com nozes...
Mas esta vaga que chegou ontem apresenta uma onda de verdes que se arrisca a ser histórica: ele são nabiças e mais nabiças, couves e brócolos, coentros e salsa e umas adoráveis chalotinhas (eu sei que não são verdes mas dão um jeitaço!). Como em tudo, e à falta de melhor, o sítio mais indicado para começar costuma ser o princípio e as nabiças são a prioridade. Daí um esparregado.
Cozem-se as nabiças com sal. Escorrem-se, passam-se por água fria e picam-se finamente. Aloura-se um dente de alho picadinho numa colher de azeite. Juntam-se as nabiças e deixa-se reduzir o excesso de água. Peneira-se uma colher de farinha de trigo por cima e vai-se juntando leite até atingir a consistência desejada. Tempera-se com sal e pimenta. No meu caso, esqueci o vinagre e acrescentei pinhões torrados. Estive ainda tentada pelo parmesão. Ponho, não ponho. Desta vez contive-me.