1.11.13

Pavlova de coco e ruibarbo e 6 anos de gourmets amadores

Pavlova

De mansinho instala-se a vontade. Sem razão para além da fútil ideia de imortalidade. Como registo, para guardar para sempre as memórias, as experiências, as emoções e aprisionar os sabores, os aromas e o prazer da mesa. Depois toma forma e instala-se no nosso quotidiano, como se fosse seu. Senta-se à mesa connosco, atrasa-nos os dias, prolonga as conversas. Faz-nos felizes. Existe para além desta existência digital sem corpo palpável. Talvez as palavras sejam demasiado simples para expressar o que de facto esta criatura representa. Manter um blog é quase um exercício de fé. É acreditar que ali se constroem pontes entre lugares distantes e se ganha a eternidade. Nem que seja apenas por uns minutos.

6 anos. Meia-dúzia. Juntem-se à festa. Sejam servidos. Um blog é apenas de quem o lê, das pessoas a quem chega, dos sorrisos que consegue provocar.

são rosas ruibarbo e laranja

Uma pavlova é sinónimo de mesas bonitas e própria de dias de festa. Inúmeras discussões sobre a origem da criação e nenhuma dúvida sobre a sua beleza. Resta-me combater o medo dos merengues achatados e seguir em frente. Trancas ao forno e a mais linda a repousar e arrefecer durante a noite. Acordo para a recompensa de um merengue alto. Temos sobremesa!

Doce, ácido, fofo e estaladiço. Cada colherada é um fogo de artifício na boca. Cheia de opostos, (com sorte) equilibrada, esta é a sobremesa do ano. Pecaminosa q.b. Perfeita para hoje. Afinal 6 anos não se fazem todos os dias.

Pavlova



Pavlova de coco e ruibarbo
Adaptado de uma receita de Annabel Langbein, Cooking to Impress Without Stress

6 porções individuais

para o merengue:
4 claras de ovo grandes
pitada de sal
165 g açúcar granulado
1 colher (chá) amido de milho
1 colher (chá) vinagre de sidra
60g coco ralado

Pré-queça o forno a 180ºC. Forre um tabuleiro com papel vegetal e desenhe um círculo com aproximadamente 20cm de diâmetro. Vire o papel vegetal ao contrário para que a face desenhada Bata as claras com uma pitadinha de sal até começar a formar "castelos".
Aumente a velocidade e gradualmente adicione o açúcar granulado (uma colher de cada vez) até obter "castelos" firmes (cerca de 10 minutos). Não bata demais para o merengue não ficar seco. Junte o amido de milho, o vinagre e o coco sobre as claras e envolva delicadamente. Deite o merengue no papel vegetal e procure ocupar o círculo marcado. Leve ao forno por 5 minutos. Sem abrir NUNCA o forno, baixe a temperatura para 120ºC e coza mais 1 hora. Deixe arrefecer completamente dentro do forno, preferencialmente de um dia para o outro.

para o ruibarbo:
500 g ruibarbo, cortado em pedaços de 2-3 cm
80 ml sumo de laranja
125 g açúcar granulado

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Disponha o ruibarbo num tabuleiro de forno. Polvilhe o açúcar e regue com o sumo de laranja. Leve ao forno 10-12 minutos ou até estar cozido mas não desfeito. Retire do forno, deixe arrefecer e reserve.
para montar a pavlova:
250 ml natas (usei Alpro para bater)
1 colher (chá) sumo de limão
2 colheres (sopa) açúcar
morangos e framboesas para decorar
açúcar em pó (opcional)

Bata as natas. Junte o açúcar e o sumo de limão e bata 2 minutos. Inverta a pavlova e cuidadosamente retire o papel vegetal. Deite duas colheres de chá de natas no prato de servir (uma de cada lado) e coloque o merengue em cima. Com uma colher grande deite as natas sobre o merengue. Em seguida disponha o ruibarbo, distribuindo sobre as natas de forma equilibrada. Decore com morangos e framboesas e polvilhe com açúcar em pó (se usar).

Sirva de imediato.

Pavlova