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13.11.17

Arroz doce negro (com manga) para um pequeno-almoço diferente

Arroz negro com manga

Hábitos e rotinas de largos anos são difíceis de alterar. O pequeno-almoço é uma das mais importantes refeições do dia e cá em casa é coisa levada muito a sério, com mesa posta de véspera e tempo extra para nos sentarmos a comer. Horários, vontades ou simples preguiça são pretexto para as imprescindíveis torradas, queijo e compota que acompanham o café da manhã desde sempre. Nos últimos anos fizemos da fruta indispensável no começo de todos os dias, com a estação a ditar se comemos morangos ou maçãs, kiwis ou pêras.

Não fosse a curiosidade e o desejo permanente de experimentar novas possibilidades e havia sossego por aqui. Assim, lá se vão introduzindo mudanças aqui e ali na procura do que nos preenche o estômago e a alma para dias longos de trabalho ou lazer.

trepadeira Arroz negro com manga

E se fizéssemos arroz doce preto? Habituado a décadas de perguntas como esta, a minha cara metade não vacila. Como de costume, abuso da boa vontade de quem raramente recusa experimentar coisas novas. Podia ser o nosso pequeno-almoço, com manga? Nariz torcido e ar abnegado, lá aceita trocar os pratos rasos por taças e as facas por colheres. Solarengo na cor e cremoso q.b. este arroz bonito foi luz maior para entrar no novo horário e aceitar os dias com menos horas de sol. E se não garantimos comê-lo todas as semanas, pode voltar à nossa mesa sempre que queira.

São servidos?

Arroz negro com manga

13.2.17

Bolo de laranja e azeite (com chantilly de coco)

Bolo de laranja molhado

Diz-se que as gargalhadas, a boa comida e a companhia perfeita tornam irrelevantes questões de logística e qualquer probabilidade de chuva. Ainda que não se aconselhe esquecer o chapéu ou o cachecol, por esta vez deixemos para trás o tempo que faz e uma segunda-feira que promete ser difícil. Foquemo-nos no que importa, na única coisa que interessa, na garantia que o frio e as dificuldades ficarão mais suportáveis. Atentemos ao bolo.

Não há fim-de-semana sem bolo cá em casa. Se por qualquer razão se alteram rotinas e não se liga o forno, a semana que se segue sofre irremediavelmente com o espaço vazio na bancada da cozinha e na barriga de quem procura conforto. O bolo semanal é panaceia para todos os males e afoga mágoas com a mais simples chávena de chá. É uma espécie de antidepressivo caseiro. E se a adição não pode ser evitada, pelo menos é fácil e barato.

cardos Bolo de laranja molhado

Esta é uma receita amiga dos citrinos que são apanágio da estação. As laranjas e o azeite, ingredientes perfeitos em conjunto, para um bolo que se faz em dois tempos. Usa o sumo e a raspa e não tem lactose. Para servir de sobremesa ao almoço de Domingo, fica supimpa com uma colhereada generosa de chantilly de coco. As sobras aguentam-se durante 5 dias num recipiente fechado, assim os gulosos permitam.

Boa semana!

2.8.16

Camarões estaladiços (com aïoli)

Camarões estaladiços (com aïoli)

Agosto chegou. Na cidade grande a vida abrandou o ritmo e mesmo quem trabalha reconhece o tom de uma música diferente, mais pausada e descontraída. Já para quem partiu de férias tudo acontece ao sabor do ansiado descanso, entre mergulhos e sestas. Num e noutro caso, a mesa muda de feição e torna-se mais descomprometida e fresca. Quer-se comida cheia de sabor, pouco tempo na cozinha e cores bonitas.

A promessa de refeições simples, encontros com os amigos e muita conversa finalmente posta em dia dão brilho aos dias longos e quentes. Os ingredientes disponíveis no mercado abrem a porta a receitas saborosas, cheias de cor e com esforço mínimo. São assim estes camarões gulosos, a pedir uma cerveja ou um chá gelado.

cebolos Camarões estaladiços (com aïoli)

É muito fácil panar camarão em quantidades maiores desde que se organize a "linha de montagem", passando por farinha de milho, ovo batido e coco ralado. Na Actifry consegue-se ainda uma versão mais saudável onde o sabor se mantém e a textura estaladiça está presente. A receita de hoje tem o bónus de ser isenta de glúten, com a farinha de milho a ajudar a criar o crocante que se quer quando se dá uma dentada num panado.

Para servir, um aïoli verde de manjericão para um contraste de cor e textura e mais uma camada de sabor. Fácil de fazer e com a garantia de nunca falhar, é o molho perfeito para muitas comidas de Verão. Os camarões estaladiços podem ainda ser servidos em folhas de alface, para uma refeição ligeira. E viva o tempo quente!

Camarões estaladiços (com aïoli)

11.3.16

Panna cotta de café e coco torrado

Pannacota de café e coco torrado

Das coisas que fazem os meus dias melhores, o café tem de ser uma delas. É tanto uma vontade de acordar para a vida como uma necessidade de partilhar hábitos que activam memórias e contribuem para um quotidiano mais feliz. Razões de sobra para querer sempre saber mais sobre o café que me chega à chávena ou ao copo e perceber melhor as diferenças entre perfis aromáticos, formas de beber café e como acompanhá-lo. Mas o caminho entre a planta do café, os grãos torrados e o líquido escuro e saboroso que consumimos todos os dias é longo, depende de muitas pessoas e tem influência no planeta em que vivemos.

Um destes dias fui conhecer o programa de sustentabilidade The Positive Cup da Nespresso e beber "uma chávena de café com um impacto positivo". Impacto esse que muda a vida de quem o produz, processa e consome em todo o mundo.

Grãos de café Pannacota de café e coco torrado

Para além do Ecolaboration, que promove a reciclagem das cápsulas (que por serem totalmente feitas em alumínio são 100% recicláveis), é o programa Nespresso AAA Sustainable Quality™ que recebe todas as atenções. Pensado com a Rainforest Alliance para ajudar os produtores a cultivar o melhor café e a receber um justo valor por isso, é parte do compromisso firmado pela Nespresso. O exemplo do Sudão do Sul, onde se acredita que o café nasceu, é o mais recente projecto deste programa. Num país destruído pelas guerras, o cultivo do café quase desapareceu nas últimas décadas e agora surge como uma oportunidade para mudar a vida daquelas populações. Ainda sem produção suficiente, é uma história emocionante onde o café desempenha um papel importante.

De volta à minha cozinha e ainda a pensar nas robustas e arábicas africanas, imagino uma chávena de café onde se encontrem outros sabores. Como ingrediente, o café é muito versátil combinado em pratos doces e salgados. Hoje é numa panna cotta feita com leite de coco e coco torrado no topo. Lembra de alguma forma um cappuccino na aparência e nos aromas um gelado. É um piscar de olho a mais horas de luz que hão-de trazer melhores dias.

The Positive Cup The Positive Cup The Positive Cup

15.2.16

Tarte de coco e chocolate (sem glúten, ovos ou lactose)

Tarte de coco e chocolate

A cozinha cá de casa não se mede em chavões alimentares e menos ainda em calorias. Por aqui não há ingredientes malditos ou alimentos "maus". É a qualidade do que comemos, a sua proveniência e uma escolha equilibrada que mais nos importa. Mas nos dias que correm todos temos amigos e familiares que por questões de saúde ou por opção não comem glúten ou lactose, evitam os açúcares refinados ou deixam de parte os ovos. A pensar neles e como sugestão para uma sobremesa de uma refeição especial, esta tarte de coco e chocolate, sem glúten, ovos ou lactose, é garantia certa de sorrisos rasgados.

Chocolate e tangerina, com avelãs e coco na base, foi a combinação escolhida para ganhar corações em volta da mesa. Esta é uma sobremesa intensa e repleta de sabor, que nada fica a dever às versões mais convencionais. Como se tal não fosse suficente, é ainda muito fácil e rápida de fazer.

Deve ser consumida em fatias pequenas e partilhada com muita conversa a acompanhar. Fica perfeita com uma chávena de café!

Tangerinas Tarte de coco e chocolate

27.1.15

Pudins de sementes de chia e coco e as compras

Pudim de chia e coco (com mirtilos)

O que vai mudando na nossa alimentação ao longo do tempo é tanto fruto das nossas opções como do contexto em que nos inserimos. Hoje podemos discutir mais informadamente os alimentos que comemos e as suas características e ter mais consciência do que nos passa pelo prato e as implicações dessas escolhas. E contudo, parece cada vez mais difícil fugir dos produtos processados, dos vegetais pouco nutritivos (e caros) ou do pão de qualidade discutível. É também fácil embarcar na promessa milagrosa dos "super alimentos" que passam de desconhecidos a essenciais, com o rótulo de saudável mas que não se podem substituir a uma dieta equilibrada e variada.

Os meus hábitos de consumo e o modo como faço as minhas compras também têm mudado muito. Não abdico da ida semanal ao mercado, porque os vegetais e as frutas são uma parte importante da dieta cá de casa, compro a (pouca) carne no talho e o peixe na peixaria e tento sempre que possível comprar local, sazonal e biológico. São escolhas que compenso com o tempo que não passo no supermercado. Há muito que encomendo livros ou café pela internet e a mudança de hábitos nas compras de mercearia aconteceu naturalmente. Foi assim que fiquei a conhecer A Tua Despensa, o supermercado online que é um projecto português, com os mesmos preços em todo o país, promoções e entrega em qualquer parte do território continental. A rapidez ao fazer a encomenda e a facilidade na recepção das compras liberta, no meu caso, as manhãs de Sábado para as idas ao mercado.

A Tua DespensaPudim de chia e coco (com mirtilos)

A conveniência de comprar aos produtores, de estabelecer uma relação de proximidade com as pessoas que nos vendem os produtos ou criar laços com projectos com os quais nos identificamos é essencial para fazer escolhas mais acertadas, mais saudáveis e que são, supreendentemente, muitas vezes mais económicas. Com A Tua Despensa sinto-me especial porque me enviam sempre uma oferta e o contacto é muito próximo e eficiente. Tenho descoberto produtos mais acessíveis como a farinha de arroz ou novos ingredientes como as sementes de chia a preços correctos.

Estes pudins de chia são a primeira experiência com as famosas sementes, que depois das bagas goji ou da quinoa, se assumem como a última descoberta. As suas capacidades gelificantes deixaram-me curiosa e a utilização nesta receita permite criar uma boa textura, com o sabor do coco a sobressair. Com uma compota de fruta rápida e quase sem açúcar são uma boa opção para pequenos-almoços rápidos e saborosos.

A Tua DespensaPudim de chia e coco (com mirtilos)

21.1.15

Caril de grão com abóbora assada

Chana masala

A minha geografia faz-se também de todos os lugares onde não estive. Da curiosidade por aromas, sabores, especiarias e nomes desconhecidos, da história e das emoções de culturas longínquas. Quero sempre experimentar novos pratos, decidir se gosto ou não, saber mais sobre os ingredientes, perceber as combinações.

A Índia sempre esteve longe do meu centro de gravidade e a sua cozinha foi-me passando ao lado durante anos, escondida entre o meu medo do picante e uma mão-cheia de mal entendidos. Quis o tempo e os caminhos cruzados que a comida indiana viesse até mim e nos sentássemos à mesma mesa, em perfeita harmonia. Tudo graças à minha amiga Isabel, a quem recorro para todas as dúvidas e mais uma, quando me baralho com as especiarias ou me perco no Martim Moniz.

abóbora assada com canela Chana masala

Este chana masala, à letra, mistura de caril para grão, é uma receita simples em que o sabor se encontra com a vontade de conforto e nutrição. Tradicionalmente uma refeição indiana é feita de várias comidas, servidas em conjunto e combinadas para garantir diferentes sabores e um equilíbrio do doce com o salgado, com o ácido e o amargo. Aqui resolvi juntar uma abóbora assada com canela e uns papadums com cominhos para completar um almoço vegetariano.

É um prato perfeito para o tempo frio, que dizem propicia as tristezas sem razão. Em caso de necessidade, para espíritos a precisar de estímulos ou apenas para os friorentos, há poucas maleitas do corpo e da alma que um caril de grão não cure.

Chana masala

17.3.14

Sopa de cenoura, leite de coco e baunilha

Sopa de cenoura, coco e baunilha

Doce ou salgado. Amargo, azedo ou umami. A teoria sobre o modo como sentimos na língua os diferentes sabores, a distribuição das papilas gustativas e a reacção de prazer ou desagrado é cada vez mais conhecida. Mas para mim é o "palato mental", aquele que construímos em função da sociedade em que vivemos, dos nossos hábitos e do que conhecemos, que é mais desafiante e melhor define o nosso lugar no mundo. A recente discussão sobre os insectos na alimentação faz levantar sobrolhos e provoca esgares. Como quase todas as escolhas alimentares é apenas fruto do nosso contexto cultural.

Mas sosseguem-se os corações e os estômagos mais revoltos. Nada de larvas, gafanhotos ou outros escaravelhos. A receita de hoje é uma proposta de inversão mais singela. A baunilha é, no mundo ocidental, largamente associada a bolos e sobremesas. É o doce, que a baunilha não tem, que o nosso cérebro procura assim nos chegam os primeiros aromas. Condicionados por anos de combinações onde açúcar e baunilha andam a par, há algures um interruptor que se acciona e nos remete para os doces. No oriente, contudo, são os pratos salgados que mais fazem uso da baunilha. Deixo-vos uma sopa onde a cenoura, o leite de coco e a baunilha se juntam para um almoço rápido. Sem ser doce.

cenouras e chicória Sopa de cenoura, coco e baunilha

23.12.13

Aletria de arroz e coco e votos de Festas Felizes!

Aletria de arroz e coco

Cá em casa o Natal vem envolto em açúcar e canela, beijos melados e carinho embrulhado em papel de arroz. Sem fitas nem laços, o melhor presente é servido à mesa e partilhado nos sorrisos de miúdos e graúdos em sonhos, rabanadas e taças de aletria. Não é Natal se não houver aletria.

Esta é a minha receita de Natal partilhada No Reino dos 7, com votos de alegria e felicidade.

Rosa mosqueta // Rosehips Aletria de arroz e coco

A versão de aletria deste Natal é sem glúten e sem lacticínios, com massa de arroz e leite de coco. Taças preparadas e colheres em riste. Canela e compota de pêra e vinho do Porto para os crescidos, cacau e um quadrado de chocolate para os pequenos.

Festas felizes!

Aletria de arroz e coco

1.11.13

Pavlova de coco e ruibarbo e 6 anos de gourmets amadores

Pavlova

De mansinho instala-se a vontade. Sem razão para além da fútil ideia de imortalidade. Como registo, para guardar para sempre as memórias, as experiências, as emoções e aprisionar os sabores, os aromas e o prazer da mesa. Depois toma forma e instala-se no nosso quotidiano, como se fosse seu. Senta-se à mesa connosco, atrasa-nos os dias, prolonga as conversas. Faz-nos felizes. Existe para além desta existência digital sem corpo palpável. Talvez as palavras sejam demasiado simples para expressar o que de facto esta criatura representa. Manter um blog é quase um exercício de fé. É acreditar que ali se constroem pontes entre lugares distantes e se ganha a eternidade. Nem que seja apenas por uns minutos.

6 anos. Meia-dúzia. Juntem-se à festa. Sejam servidos. Um blog é apenas de quem o lê, das pessoas a quem chega, dos sorrisos que consegue provocar.

são rosas ruibarbo e laranja

Uma pavlova é sinónimo de mesas bonitas e própria de dias de festa. Inúmeras discussões sobre a origem da criação e nenhuma dúvida sobre a sua beleza. Resta-me combater o medo dos merengues achatados e seguir em frente. Trancas ao forno e a mais linda a repousar e arrefecer durante a noite. Acordo para a recompensa de um merengue alto. Temos sobremesa!

Doce, ácido, fofo e estaladiço. Cada colherada é um fogo de artifício na boca. Cheia de opostos, (com sorte) equilibrada, esta é a sobremesa do ano. Pecaminosa q.b. Perfeita para hoje. Afinal 6 anos não se fazem todos os dias.

Pavlova

6.8.13

{gluten free} Clafoutis de chocolate e cerejas

Clafoutis de chocolate e cerejas

É a despedida das cerejas. Sem lágrimas, nem tristezas sem fim. É a ordem natural das estações. Outros frutos virão e as cerejas voltam para o ano para matar saudades. Enquanto durou, foi um ano de alegrias mil e sorrisos muitos. Aos cachos e às caixas, fizemos nossas as cerejas que, tendo vindo tardiamente, cumpriram todos os suspiros e desejos de quem por elas ansiava. Companheiras de tardes longas e lanches de todos os dias, foram comidas ao natural e no inevitável clafoutis.

Porque se é Verão há clafoutis cá em casa. É a ordem natural das coisas.

cerejas

Esta é uma versão sem glúten e sem lacticínios. Mais uma tentativa de tornar a nossa alimentação mais equilibrada e um piscar de olho aos almoços de família onde a lactose não entra. Desta feita a alternativa ao leite é a bebida de arroz, agora amplamente disponível, e que é o complemento perfeito para a farinha de arroz tostado que tanto gosto.

Como as cerejas se vão embora, uma combinação que funciona muito bem em clafoutis e que já fiz com a mesma receita de base é morangos e avelãs. É só substituir as cerejas por morangos e as amêndoas por avelãs raladas. Fica muito agradável, especialmente bom servido frio.

milefólio Clafoutis de chocolate e cerejas


19.5.13

{World Baking Day} Pão-de-Ló com recheio de coco e mirtilos

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Dias marcados para (re)lembrar tradições, rotinas ou simples lembranças. Ligar o forno e fazer um bolo é passaporte para uma visita às memórias de infância. Separar gemas e claras. Bater com o açúcar em gemada. Juntar a farinha. Bater as claras em castelo. Todos os dias são bons dias para o fazer mas hoje é "o" dia. Neste World Baking Day celebra-se a cozinha como ponto de reunião e território fértil em afectos.

Este evento celebra-se à escala mundial e é uma singela homenagem à preparação dos alimentos em família e com os amigos. “Bake for fun, bake with friends and bake brave” é o lema este ano. Que é como quem diz: cozinhe por diversão, cozinhe com os amigos e seja corajos@.

flores_rosa WBD_fatia

Neste Domingo faça como tantos de nós pelo mundo inteiro: traga a família para a cozinha, distribua tarefas, ligue o forno e faça um bolo.

Feliz World Baking Day!

15.10.10

Financiers de coco e framboesas ou o que fazer com claras

Financiers de coco e framboesa // Coconut and raspberry financiers

A primeira quinzena de Outubro é o tempo de todos os aniversários na minha família. Temos uma história onde se desenha a tendência de nascer aos pares em dias iguais (ou consecutivos) que o meu sobrinho mais velho veio reforçar. É um sempre-em-festa que começa no dia 1 e termina a 14 com mais um par. Quando o meu pai e a minha sogra nasceram há 61 anos no mesmo dia, nada nas estrelas indicava que viessem a celebrar por muitos e longos anos o aniversário em conjunto. São as coincidências do mundo. Não me perco a ver um sinal ou a pensar muito nelas. Farto-me é de fazer bolos e ficar com um excedente de claras. E se a vida me dá claras, eu faço financiers.

Financiers de coco e framboesa // Coconut and raspberry financiers

Financiers* de Coco e Framboesa
Adaptado ligeiramente de Sarah Lewis, Pâtisserie Facile, Marabout

Faz 9 unidades

80g de manteiga sem sal, derretida
50g de amêndoa ralada
50g de coco ralado
100g de açúcar superfino
40g de farinha, peneirada
1/4 colher (chá) fermento em pó
3 claras ovo grandes
pitada de sal
75g de framboesas frescas (ou congeladas)
1 colher (chá) raspa de limão (opcional)
açúcar em pó, para polvilhar

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Numa tigela coloque a amêndoa, o coco, o açúcar, o fermento em pó, a farinha e a raspa de limão (se usar). Bata as claras em castelo com uma pitada de sal e incorpore-as delicadamente nos ingredientes secos. Acrescente a manteiga e mexa apenas até a mistura estar homogénea.

Deite uma colherada de massa em cada forma (previamente pincelada com manteiga e polvilhada com farinha) e deite algumas framboesas por cima. Coza por 15-20 minutos ou até os bolinhos estarem dourados. Desenforme e deixe arrefecer sobre uma grelha metálica. Polvilhe com açucar em pó antes de servir.

* Financiers (também chamados Friands) são pequenos bolos de amêndoa feitos com claras e normalmente cozidos em formas individuais rectangulares ou trapezoidais, com a forma de lingotes. Algumas teorias sugerem que o nome vem do facto destes bolos serem muito poulares no bairro financeiro de Paris, enquanto para muitos o nome "financier" vem da forma tradicionalmente usada que lembra uma barra de ouro.

8.2.10

Chocolate às camadas!

Nanaimo Bars

Tenho uma paixão assolapada por livros. Em especial, livros de cozinha, livros sobre comida, livros, livros, livros! Na minha cozinha vivem dezenas de livros com milhares de receitas, umas que já fiz muitas vezes, outras ainda à espera de um minuto de atenção. Às vezes, tiro um ou outro da prateleira e passo a mão pela capa, sem o abrir, só para sentir as vibrações... Na prateleira por cima do lava-loiça descansa a minha colecção de livros pequeninos da Marabout. São livros como este - uma ode da Trish Deseine ao chocolate - com umas barras de chocolate na capa. Não sei dizer as vezes que o tirei e contemplei as bonitas barras empilhadas com as suas camadas de chocolate e custard de um electrizante amarelo.

As receitas de hoje (são duas) têm a particularidade de ser gluten-free e são a minha primeira aventura nesta coisa das farinhas alternativas. As bolachas Graham Crackers são o equivalente americano às nossas bolachas digestivas e, diz a tradição, devem ser acompanhadas de um copo de leite. Quanto às barras, ainda não foi desta que experimentei a receita da Trish Deseine, mas estas Nanaimo Bars fizeram grande furor.

Nanaimo Bars / Gluten Free Graham Wafers

Gluten-Free Graham Wafers
Adaptado de 101 Cookbooks; versão gluten free em Celiac Teen

1 chávena (138 g) farinha arroz glutinoso (usei farinha arroz corrente)
3/4 chávena (100 g) farinha Tapioca
1/2 chávena (65 g) farinha sorgo (usei de soja)
1 chávena (200 g) Dark Brown Sugar
1 colher chá bicarbonato sódio
3/4 colher chá sal
100 g manteiga sem sal (cortada em cubos e congelada)
1/3 chávena (80 ml) mel
5 colheres sopa (75 ml) leite gordo
2 colheres sopa (30 ml) extracto baunilha

Num processador (ou numa tigela), combine as farinhas, açucar, bicarbonato sódio e sal. Pulse para incorporar (ou mexa com uma colher). Adicione a manteiga e pulse, até que a mistura tenha a consistência de migalhas (ou use duas facas para incorporar a manteiga). Não devem ser visíveis bocados de manteiga.

Num jarro largo misture o mel, leite e baunilha com uma vara de arames. Adicione à mistura anterior. Deve obter uma massa mole e pegajosa. Retire da tigela para uma superfície enfarinhada. Forme uma rectângulo e cubra com película. Refrigere 2 horas ou de um dia para o outro.

Divida a massa ao meio e coloque metade de novo no frigorífico. Sobre uma superfície bem enfarinhada, estique a massa até um obter um rectângulo com 5mm de espessura. A massa é muito pegajosa, pelo que é necessário usar bastante farinha. Com um cortador ou uma faca, corte quadrados (ou rectângulos) com 3-4 cm de largo. Coloque as bolachas cortadas em tabuleiros forrados de papel vegetal ou sobre tapetes de silicone. Refrigere até estarem firmes, cerca 30-45 minutos. Repita com a outra metade de massa.

Pique cada bolacha com um palito (ou garfo), mas sem furar completamente. Coza as bolachas a 180ºC, em forno pré-aquecido, cerca 25 minutos, até estarem douradas.

Quando arrefecerem completamente, escolha as mais feias e, numa picadora, reduza a migalhas 1 ¼ chávenas (160 g).

Nota: pode fazer-se meia receita. Faz 20-25 bolachas.

Nanaimo Bars
camada de baixo
1/2 chávena (115 g) manteiga sem sal
1/4 chávena (50 g) açucar granulado
5 colheres sopa cacau
1 ovo grande, batido
1 1/4 chávenas (160 g) Graham Crackers raladas
1/2 chávena (55 g) amêndoa ralada (usei avelãs raladas)
1 chávena (130 g) coco ralado

camada do meio
1/2 chávena (115 g) manteiga sem sal
40 ml natas
2 colheres sopa (30 mL) Custard
2 chávenas (254 g) Icing Sugar

camada de cima
115 g chocolate em barra, semi-amargo
2 colheres sopa (28 g) manteiga sem sal

Para a camada de baixo: derreta a manteiga, açucar e cacau numa tigela de metal sobre uma panela de água a ferver (sem a tigela tocar na água). Adicione o ovo e mexa até engrossar. Retire do calor e misture a bolacha ralada, a amêndoa (ou avelã) e o coco. Coloque num prato fundo quadrado (20x20cm) e pressione firmemente até cobrir o fundo de forma homogénea.

Para a camada do meio: bata a manteiga, natas, pó de custard e icing sugar até obter uma massa fofoa e clara. Espalhe sobre a camada anterior.

Para a camada de cima: derreta o chocolate e a manteiga em lume baixo. Deixe arrefecer e deite sobre as duas camadas. Refrigere pelo menos 2 horas ou de um dia para o outro. Corte as barras com uma faca aquecida. Mantêm-se no frio por 1 semana ou podem ser congeladas em sacos bem fechados.

Esta receita foi a escolhida pela Lauren de Celiac Teen para os Daring Bakers.