Mostrar mensagens com a etiqueta Limão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Limão. Mostrar todas as mensagens

3.4.23

Bolo invertido de limão e cardamomo

Bolo Invertido de limão e cardamomo

Dizem que é Primavera. Gritam que é para arrumar casacos e abrir janelas. A medo, pois não quero desilusões, lá vou deixando para trás mil camadas de roupa e outras tristezas. Abro em definitivo uma nova estação no calendário das emoções e preparo o espírito para os dias mais quentes e luminosos que hão-de vir.

Um dia chegará a hora de dizer adeus aos limões que têm enchido cestos e fruteiras pela casa. Mas hoje não é esse dia. Hoje celebra-se a abundância e inventa-se uma nova forma de usar os infindáveis citrinos que o limoeiro da mãe não cessa de nos dar. Porque os livros são sempre bons conselheiros, é do The Food Almanac (Vol. 1) que vem a inspiração para o bolo que alegra a mesa desta Páscoa cá em casa, a partir de uma receita da inspiradora Anna Jones.  

Bolo Invertido de limão e cardamomo
Bolo Invertido de limão e cardamomo

A combinação de limão e cardamomo está testada e é um par infalível. Sob a forma de bolo, com textura areada e cor de sol, não há melhor forma de gastar os limões que não param de chegar e aceitar que sim, é mesmo verdade: a Primavera veio para ficar.

Feliz Abril e boa Páscoa!

Bolo Invertido de limão e cardamomo

2.4.19

Torta de amêndoa e limão (com doce de framboesa)

Torta de amêndoa e limão (com doce de framboesa)

Os meses mais escuros e cinzentos parecem ter ficado para trás e uma esperança maior nos dias vindouros desperta devagarinho. O conforto de saber que as estações se sucedem é garantia que os adorados ingredientes estarão em breve disponíveis e a ansiedade é grande. Falta apenas um pouco mas ainda não é tempo de encontrar no mercado o colorido saboroso dos vegetais e frutos que trazem a Primavera.

Em momentos de saudade sem fim é preciso encontrar refúgio nos frascos que guardam, intacto, o aroma da fruta madura. Para a sobremesa, um bolo fácil e que faz sempre furor: uma torta na mesa traz sempre sorrisos em forma de aprovação, com secreta inveja pela destreza de quem enrola em forma de gula o final da refeição. Para os gulosos, a colher extra de doce é felicidade portátil e única companhia necessária a uma chávena de café.

Torta de amêndoa e limão (com doce de framboesa)

De amêndoa e limão, a combinação ganhadora sai directamente dos citrinos da estação passada e da dispensa e transforma-se em torta recheada com doce de framboesa. Esta receita é também uma boa escolha para usar claras que sobram e confeccionar rapidamente a sobremesa de um almoço preguiçoso. O recheio serve a vontade de quem decide qual o fruto da época que se quer trazer a esta combinação. A escolha foi o doce de framboesa da Quinta de Jugais que faz boa companhia ao limão e amêndoa do bolo e dá cor ao conjunto. É que os olhos comem antes da barriga!

Panaceia para saudades do tempo quente e o desejo que chegue rápido o próximo fim-de-semana, eis a torta perfeita.

Torta de amêndoa e limão (com doce de framboesa)
Torta de amêndoa e limão (com doce de framboesa)

6.10.15

Quadrados de polenta e limão (e un buon caffè)

Bolo de polenta e limão (com café)

Parte indissociável da cultura italiana, o café faz parte da paisagem urbana de qualquer cidade em Itália, tal como a comida, tornando cada uma única e inesquecível. Doppio, cappuccino, caffé latte, latte macchiato, marocchino... É possível encontrá-los ao balcão ou servidos à mesa, cada um visto como mais adequado a esta ou aquela hora do dia, numa série de rituais repetidos com fervor e inscritos ao longo da vida no ADN gastronómico de cada italiano. Numa homenagem dupla a esta grande paixão pelo café, a Nespresso presta tribute to Milano e Palermo com a sua mais recente limited edition.

Com as diferenças entre as tradições do Norte e do Sul a serem muito visíveis nos rituais em torno do café de cidades como Milão e Palermo, também o gosto particular de cada um se expressa em dois cafés intensos mas de características diversas. Enquanto Milano é elegante e suave, bebido ao balcão num curto mas inspirador momento, Palermo é rico e picante, encorpado e poderoso, tomado à mesa com todo o tempo do mundo. Perco-me de amores por este tribute to Milano e não consigo deixar de imaginá-lo em boa companhia, com um quadrado de polenta e limão.

Bolo de polenta e limão (com café) Bolo de polenta e limão (com café)

Certos ingredientes levam-nos de imediato para outro país. Na minha mente, repleta de memórias de viagens passadas em turbilhão, polenta é sinónimo de Itália. A sua cor amarela e textura mais ou menos presente é bilhete de ida para Norte ao encontro de uma combinação clássica. Polenta e limão são utilizados em conjunto em muitos pratos mas é em forma de bolo que hoje se juntam. Por ser feita a partir do milho, a polenta não tem glúten, o que torna esta receita ideal para intolerantes ou pessoas com dietas sem este componente. Mas é o sabor forte a limão que primeiro se destaca assim damos a primeira dentada. Entre um gole de café e outro, é quase (quase) como estar em Milão com a vibrante cidade à nossa espera e a promessa de glamour em cada canto.

Prendiamo un caffè?

Bolo de polenta e limão (com café)

13.5.15

{Amor à Terra} Chá e waffles com compota de figo e amoras

Amor à Terra e waffles de aveia e limão

Há poucos momentos mais retemperadores que um chá ao fim da tarde em boa companhia. Sem grandes cerimónias ou delicados preceitos, são duas chávenas servidas enquanto se preparam umas waffles. Pelo meio uma conversa sem fim, de tudo e de nada, daquelas em que a vida acontece e que devem ser apreciadas. Sem ser um hábito de todos os dias, às vezes pomos a mesa e aproveitamos estes momentos de acalmia.

À procura de uma infusão de perpétuas roxas, panaceia para gargantas cansadas e vozes a precisar de conforto, cruzo-me com a Amor à Terra. Só o nome remete para o meio natural de onde vêm os ingredientes, com a Serra da Arrábida como casa, e essa proximidade com a natureza a servir de inspiração. Fico a saber mais sobre este Galapos Tea, uma mistura bonita de nome curioso feita de cidreira e perpétuas roxas.

Amor à Terra e waffles de aveia e limão jarros

Infusão feita e a massa de waffles no frio é tempo de preparar a fruta que as há-de acompanhar. Desta feita são as últimas amoras descongeladas e polvilhadas com açúcarem pó e uma compota de figo da Amor à Terra, sem açúcar adicionado. É uma espécie de chamamento do Verão, com as temperaturas lá fora a ajudar à ilusão.

Estas waffles de aveia e limão são muito fáceis de fazer. Podem ser preparadas na véspera se se quiser servi-las ao pequeno-almoço e sendo integralmente de aveia a textura é um pouco diferente das tradicionais. São muito versáteis nos sabores a combinar, normalmente gosto delas com uma fruta fresca, uma compota (ou mel) e iogurte natural.

São servidos?

Amor à Terra e waffles de aveia e limão

24.4.15

Por um Algarve desconhecido e uma torta de alfarroba com creme de limão

Algarve, Portugal

A Sul, um oceano infinito e praias de areia branca pautam as imagens com que o Algarve sempre se apresenta. Para além do azul, há um Algarve verde onde as serras marcam uma paisagem que recebe bem em todas as alturas do ano e a calma é a característica mais apreciada. Segredo bem guardado para fugir às correrias do Verão este é o tempo de descobrir a face oculta de uma região com muito para contar.

Pelas estradas do parque natural da serra de Monchique é a natureza na sua roupa de Primavera que desenha o caminho, por entre árvores perfiladas na berma estreita e muita vegetação. Razões de sobra para o cognome de Jardim do Algarve, ganho graças a este património natural. Ali à esquerda, uma passagem para as Caldas de Monchique. Mais verde, ainda mais exuberante, num lugar onde a temperatura amena, o sossego e um certo mistério não deixam de lembrar Sintra.

Algarve, Portugal Algarve, Portugal Algarve, Portugal

Entrados nas Caldas de Monchique, quando se chega às Termas o melhor é deixar o carro, aproveitar as vistas e seguir a pé à descoberta. As flores nas janelas, a pender dos muros ou a enfeitar as árvores são o encanto de quem pede pouco mais que um dia de descanso. É o cheiro de pão cozido que orienta o percurso. Com a gulodice e uma pontinha de curiosidade damos com o local onde tudo acontece. O forno de lenha tem a porta aberta e uma senhora retira uma pá pãezinhos com chouriço ainda fumegantes.

À troca do azul pelo verde sucede-se a substituição da bola de berlim por um pão com chouriça acabado de fazer e servido ali ao lado no bar de pedra. Com um café e o sol por entre os ramos das árvores há pouco mais que se possa pedir. A não ser que o almoço traga uma sobremesa inesquecível...

Algarve, Portugal Algarve, Portugal Algarve, Portugal Algarve, Portugal

[Para que estiver no Algarve a 5ª edição do Algarve Chefs Week está prestes a começar (decorre de 26 de Abril a 3 de maio) com a participação de 10 Chefs Executivos de prestigiados hotéis do Algarve. Este ano os menus encontram inspiração em 5 produtos característicos da região: Flor de Sal, Figos Secos, Alfarroba, Favas e Laranja.]

28.4.14

Tarte de amêndoa e limão

Tarte de amêndoa

Com açúcar, com afecto, fiz seu doce predilecto... O segredo de muitas receitas e a panaceia para muitos males. Aceitam-se pedidos, desejos e sugestões para a sobremesa. Porque o doce nunca amargou e o afecto, esse, é sempre bem-vindo, não há encontro de família que não se faça com um pouco dos dois. Sem querer competir com a estrela da mesa da Páscoa deste ano, é na simplicidade dos sabores característicos da época que se encontra a combinação escolhida.

Uma tarte de amêndoa e limão. Fez-se sobremesa de um almoço de Páscoa e acompanhante dos primeiros morangos da estação. Com direito a pedir um desejo e tudo. Partilhámos fatias e gargalhadas ao café, mordiscámos morangos e aparentemente adoptámos uma nova tradição. Dizem-me que é para repetir.

Ovos e galinhas criadas ao ar livre

A ideia desta tarte apareceu sem aviso quando abri o meu cabaz com produtos da marca DIA. Ovos, manteiga, amêndoas, limões, açúcar e farinha. Como se tivessem sido colocados juntos a pensar na minha tarte. A que eu não sabia que queria fazer mas que fazia parte das infindáveis wishlists familiares. Decidi no minuto experimentar os ovos de galinhas criadas ao ar livre, a manteiga dos Açores e a amêndoa laminada nesta tarte.

Esta receita não difere grandemente da versão tradicional. A adição de limão combina bem com a amêndoa, aligeira textura amanteigada e é mais uma camada de sabor. Feita numa forma rectangular e servida com morangos, é uma sobremesa de festa.

Tarte de amêndoa

25.1.12

Citrinos, gengibre e uma gelatina

Citrinos // Citrus Time Gelatina de citrinos e gengibre // Ginger Citrus Jelly

Vai acontecendo. Acumulam-se aqui e ali em cestos, caixotes e tabuleiros, enviados em alguidares e trazidos em sacos e sacolas por mãos amigas. Vão sendo comidos de manhã e ao almoço, entre dedos melados e boca lambuzada. Reduzidos a sumo. Guardados em conserva, doces e coalhadas. Transformados em bolos. Nada que pareça abalar os incontáveis citrinos que se acumulam pela cozinha. Sol de um Inverno sem chuva e dias de luz a perder de vista. É assim por cá. Não sei se o culpado é o tempo mas as árvores este ano parecem ter frutos sem fim.

Laranjas, clementinas e tangerinas. Estou só na minha aventura em tons de laranja e amarelo. Aqui em casa sou a única que os come. A gata não tolera o cheiro e o Provador é vítima da sua acidez e, com pena, declina. Invento razões para comer mais uma tangerina. Para descascar mais uma laranja. Para juntar umas gotas de sumo, uma rodela de limão. Quando a vida me dá limões e laranjas, tangerinas e clementinas, eu faço gelatina.

Citrinos // Citrus Time

Entre as combinações de citrinos com outros sabores, o gengibre parece ressalvar o que de melhor o limão e a laranja oferecem. É como se houvesse um eco no modo como saboreamos esta mistura de sabores. Aparentemente, a diferença que sentimos entre limão e gengibre é sobretudo olfactiva. É o nariz que nos permite distinguir os dois pois em sabor são muito idênticos, excluindo, claro, o travo final picante do gengibre.

A adição de gengibre fresco é essencial a esta gelatina. Não a vejo como uma sobremesa de adultos. Mesmo os miúdos costumam gostar. Só não é aconselhável dizer. E garantir que a quantidade de açúcar é suficiente para compensar alguma acidez suplementar.

Gelatina de citrinos e gengibre // Ginger Citrus Jelly

15.6.11

My Blueberry Nights, uma padaria na Suécia e um bolo de limão e mirtilos

Bolo de limão e mirtilos // Blueberry Lemon Cake

Diz-se por aí que o amor é um lugar estranho. [Lost in Translation] Como o são as traduções que mudam a face e o nome dos filmes de uma vida ou só de uma noite de (quase) Verão. O Sabor do Amor é o título português de uma verdadeira história de amor que começa com uma fatia de tarte de mirtilos comida fora de horas na companhia de um (quase) desconhecido. My Blueberry Nights é um filme quase poético, um amor desenhado a doce sobre o prato e descoberto depois de um ano de viagem pela América que conduz apenas ao outro lado da rua. Se o argumento pode até ser meio lamechas, as imagens são de uma enorme beleza que é quase comovente. E como o amor é de facto um lugar estranho pode bem não ser uma tarte mas um bolo a provocar olhos brilhantes, sorrisos patetas e mais uma história lamechas.

As viagens levam-nos onde o coração deixa. O sítio a que chamamos casa pode ser ao virar da esquina ou do outro lado do mundo. De pouco importa quando aquilo que nos define lá está. Em pequenos gestos ou sob a forma de um bolo, de uma tarte ou de um pão. A Padaria da Ana é um desses lugares onde se encontram sentimentos e emoções envoltos em chocolate ou farinha e a sua localização na Suécia é uma mera característica da geografia, da que se mede em quilómetros e de uma outra feita de afectos. Este é o meu Bolo Especial para a Ana, feito de limão e mirtilos e comido num lugar chamado casa, partilhado com a cara-metade sob o olhar atento da gata. A felicidade é um lugar nada estranho.

Bolo de limão e mirtilos // Blueberry Lemon Cake

19.5.11

Espargos e maionese de limão para um prato de peixe

Espargos // Asparagus

Diz-se por aí que verde é esperança. Esperança de dias melhores, de dias maiores, de maiores vontades e melhores momentos. Mais sentidos, mais pensados, mais vividos. Os dias que correm sem se deixarem apanhar, as horas que se esboroam e ficam feitas em nada. O tempo que não se compadece de nós. É a azáfama do fim do ano (lectivo) traduzida em semanas, umas a seguir às outras, em que não se pensa em mais nada. Concentradíssimos. E sem esperança. Não nos concedemos a fraqueza de pensar no que vem depois da tormenta, demasiado presos que estamos no momento. Como se não houvesse outro a seguir. E outro e mais outro. Medo de sonhar com as férias e perder a coragem de continuar sem vacilar. Viver apenas o que está ao alcance da mão. Se da esperança nem vislumbre, fica o verde como mensageiro.

Espargos. Não me lembro de gostar tanto. Estes são os últimos de um ano em que os houve de várias cores e de todos os tamanhos. Brancos, verdes, roxos. Todos à espera de uma companhia que os fizesse brilhar. Simplesmente sós ou como acompanhamento, neste caso de um linguado meunière, a par de uma maionese de limão.

Espargos e maionese de limão // Asparagus and Lemon Mayonnaise

Há uma relação próxima dos espargos com molhos cremosos e de sabor ligeiramente ácido. O envolvimento necessário para uma certa textura crocante a precisar de tempero. Maionese. Perdão, 'fazer maionese'. Duas palavras apenas. Entre elas e o comum dos mortais fica um frasco com um rótulo azul ou verde e o medo da coisa correr mal. Tenho para mim que é um medo infundado. Se pode correr mal? Pode. Mas em rigor é assim com o mais simples dos vinagretes. Maionese, portanto. Gosto da minha feita com azeite. Reconheço que é mais fácil de emulsionar quando se usa óleo. Como entre fazer só com óleo ou só com azeite fica uma infinidade de possibilidades, nada como encontrar um compromisso. É escolher o possível, começando com óleo e passando ao azeite assim que começar a engrossar. Se correr mal, há sempre o frasco...

Espargos e ovos // Asparagus & eggs

22.2.11

Conserva de limões à marroquina para um aniversário

Conserva de limões à marroquina // Preserved Lemons

Mais ao Sul fica um sol dourado que inunda a planície a perder de vista. É o calor da terra que alimenta as árvores que se enchem de amarelo e laranja no tempo dos citrinos. São sacos e sacos cheios de frutos de preciosa casca e ácido sumo, uns mais doces que outros mas sempre apreciados. Quando a sua estação está em pleno é preciso encontrar formas de os manter para o tempo em que não estão disponíveis. Tenho uma especial perdição por frutos ácidos de gomos brilhantes e sumo fácil. Fico a sonhar com frascos de marmalade e potes de lemon curd. Mas será a sina dos citrinos uma vida em comum com o açúcar? Não que isso seja um problema, mas nesta coisa dos opostos também há o sal...

De um citrino para outro, esta é a minha receita para o desafio Cinco anos, cinco ingredientes que celebra o aniversário do brilhante Cinco Quartos de Laranja, um blogue que guardo perto do coração, que me alimenta a alma e me deixa o estômago sedento. É que nem só de comida vive o Homem e devo ao Cinco Quartos de Laranja uma bonita amizade e muitos momentos de enorme felicidade na companhia de quem lhe dá voz, corpo e alma. Obrigada aos dois e parabéns e longa vida ao Cinco Quartos de Laranja!

Évora, Alentejo

5.3.10

As melhores coisas da vida ou uma ode ao pão e aos limões

Lemon Brioche Loaf

♫♫The way your smile just beams
The way you sing off key
The way you haunt my dreams
No they can't take that away from me
♫♫

Há um dia de chuva como hoje em que me sento a pensar nas pequenas alegrias: uma chávena de chá fumegante, uma manta sobre os joelhos, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong a passar na rádio e a adoração descansada de um felino. Falta-me um mini-brioche com compota e manteiga ou uma fatia com iogurte e pêra em calda de gengibre... Restam-me as memórias e essas ninguém mas tira! Não existem muitas coisas mais reconfortantes do que o aroma do pão a cozer ou o som da crosta estaladiça a quebrar e o vapor a libertar-se do interior do miolo... Talvez a imagem de um cesto cheio de limões e a promessa de sol sejam capazes de ombrear com essa sensação. É o tempo dos citrinos, com as árvores carregadas dos mais lustrosos limões - no meu livro o melhor dos ácidos. Voilà le meilleur des deux mondes réuni!

Lemon Brioche

Brioche de limão
Adaptado de Sue Lawrence, On Baking

12 individuais ou um pão de forma grande

3 ovos
170g manteiga sem sal, à temperatura ambiente
85-100ml leite morno
2 colheres sopa açucar
1 colher chá sal fino
450g farinha (uso tipo 55)
2 colheres chá fermento seco
raspa de 1 limão grande
gema ovo para pincelar

[Podem adicionar-se passas ou sultanas e/ou frutos secos. Nesse caso vá amassando cerca de uma chávena de um destes ingredientes, ou uma mistura, depois da manteiga]

Os ingredientes devem estar à temperatura ambiente, à excepção do leite, na altura de serem trabalhados. Misture o fermento com o leite e deixe borbulhar durante uns minutos (ou siga as intruções do pacote). Numa tigela grande, junte a farinha, a raspa do limão, o açucar e o sal e abra uma cova ao centro. Adicione o leite com o fermento, os ovos batidos ligeiramente e misture com a farinha até combinar todos os ingredientes. Corte a manteiga com uma faca em pequenos pedaços e vá incorporando na massa (se necessário acrescente uma colher de sopa de água morna). Amasse 2-3 minutos, até a massa estar elástica e homogénea e forme uma bola. Coloque a massa numa tigela untada com manteiga, cubra com um pano (ou película) e deixe levedar num local quente e seco por 2 horas ou até ter duplicado de volume.

Prepare as formas (untando com manteiga e polvilhando-as com farinha ou usar de silicone) e divida a massa em 12 partes iguais. A cada porção retire 1/4 e reserve. Forme uma bola com a porção maior, coloque na forma e com a ponta do dedo crie uma pequena concavidade onde se dispõe a bolinha mais pequena. Cubra com um pano. Deixe levedar por mais 30 minutos a 1 hora ou até cada brioche ter novamente quase duplicado de tamanho. (Veja aqui como formar os brioches)

Pré-aqueça o forno a 180º. Pincele cada brioche com a gema de ovo diluída numa colher de café de água. Leve a cozer durante 15-20 minutos ou até estarem dourados (se for só um pão grande demora cerca de 30 minutos). Retire das formas e deixe arrefecer sobre uma grelha.

Nota: esta receita pode ser feita na máquina do pão. Nesse caso, colocar primeiro os ingredientes líquidos à temperatura ambiente - ovos batidos, manteiga amolecida - depois o açucar, o sal e a farinha, por último o fermento, que não deve entrar em contacto com os líquidos antes do início do programa. Deve utilizar-se o programa "massa" e depois do primeiro levedar continuar com a receita da mesma forma.

[Acompanhe com a música perfeita e uma dose de sorrisos. Vá cantarolando à medida que sonha.]

25.9.08

Um affair em amarelo e vermelho

Cupcakes

O que é que é fofo, colorido, açucarado e verdadeiramente Americano? O cupcake, pois claro! Quando estes bolos tradicionais atravessaram o Atlântico e puseram o pé na Europa, um 'bolo de fadas'* tinha chegado. Não morro de amores por corantes artificiais e essa é a minha única questão em relação aos cupcakes. A minha versão deste clássico Americano faz-se num leve toque de vermelho a coroar picos de amarelo brilhante. É apenas amêndoa, pêra, açafrão e limão sobre branco - o que eu dava para ter caixinhas vermelhas!

*Literalmente um 'bolo de fadas' chamado de 'fairy cake' entre os britânicos, mas não aceite como tradução directa de cupcake... o ainda mal amado por terras de Sua Majestade.

Cupcakes

Cupcakes de Pêra e Açafrão com Lemon Curd

Faz 16 mini (ou 8 normais)

1 perâ pequena, madura mas firme
100grs manteiga com sal
100grs açucar superfino
2 ovos médios
½ colher chá extracto baunilha
100 grs amêndoas raladas
40 grs farinha, peneirada
½ colher chá açafrão (ou mais, a gosto)
1 colher chá raspa limão

Aqueça o forno a 180ºC. Bata a manteiga com o açucar até obter uma massa leve. Adicione os ovos gradualmente. Junte o extracto de baunilha e a raspa de limão. Envolva as amêndoas e a farinha, mexendo apenas o necessário (não trabalhe demasiado a massa). Coloque 16 caixinhas de papel dentro das formas ou tabuleiros. Encha cada uma até um pouco mais de metade. Descasque a pêra e fatie. Coloque 2 ou 3 pedaços em cada cupcake. Leve ao forno por 15-18 minutos ou até estarem dourados. Retire do forno.

Lemon Curd

Lemon Curd
Adaptado de Alice Waters, The Art of Simple Food

½ chávena sumo limão
raspa de 1 limão
2 ovos
3 gemas
2 colheres sopa leite
1/3 chávena açucar
¼ colher chá sal (omita se utilizar manteiga com sal)
6 colheres sopa manteiga, cortada em pedaços

Bata todos os ingredientes até estes ligarem, excepto o sumo e raspa de limão e a manteiga. Acrescente em seguida o sumo e raspa de limão e adicione a manteiga.

Leve a lume médio num tacho pequeno anti-aderente, mexendo continuamente até a mistura ficar a cobrir as costas da colher. (Não deixe ferver ou os ovos podem talhar) Depois de engrossar, coloque numa tigela ou em frascos e deixe arrefecer. Tape e refrigere. Faz cerca de 2 chávenas.

Finalizar os cupcakes: coloque uma colherada de lemon curd no topo de cada um e polvilhe com filamentos de açafrão.

Estes Cupcakes de Pêra e Açafrão com Lemon Curd vão para a Fanny do delicioso blog Foodbeam, para fazer parte desta Sugar High Friday. SHF é um evento criado pela Jennifer, aka the Domestic Goddess.