22.2.17

Pasta fresca ou seca? Um almoço italiano e (quase) todas as respostas

Pasta, pizza & pannacotta

A pergunta acompanha-nos a cada garfada de um novo prato do almoço onde a pasta é rainha. Numa Pasta Partyravioli, lasagne, spaghetti, tortellini,... Aos nomes corresponde uma forma distinta, com recheio ou sem ele, feito no forno ou delicadamente cozido em água, envolto em molho ou servido com caldo. Foi assim na última Gourmet Culinary Extravaganza no Conrad Algarve, onde finalmente as respostas sobre todas as questões em torno da pasta foram respondidas. Pasta fresca ou seca?

Na cozinha do Gusto o chef Heinz Beck ensina a fazer o seu mais reconhecido prato: fagottelli carbonara é uma reinterpretação da tradicional carbonara que faz parte do receituário de todas as nonnas. Na versão do chef, o molho está enclausurado nas pequenas bolsas de pasta em vez de as envolver. Com a adição de curgete no molho, ganha-se leveza e cor e a finalização com guanciale (o bacon romano feito da bochecha) acrescenta o crocante. A massa fresca é essencial para rechear e cozinhar de imediato. E a receita, chef? De imediato a resposta: 160g farinha, 80g semolina, 2 gemas, 1 ovo pequeno e sal. Fácil, diz o sorridente chef. Eu fico mais convencida quanto à minha capacidade de pôr as mãos na massa e faço uma nota mental para experimentar. Mas a conversa não fica por aqui.

Pasta, pizza & pannacotta Pasta, pizza & pannacotta

20.2.17

Serpa, o Cante Alentejano e a Feira do queijo do Alentejo

Feira do Queijo, Serpa

Amor maior para muitos, o queijo é o alimento que nos une numa diversidade sem fim. Seja o tipo de leite utilizado ou o processo de preparação, a cura ou o modo como é servido, comido ao natural ou integrado em receitas, não há quem não se renda ao queijo (e alguns, não muitos, que não o suportam). No Alentejo leva-se a sério o queijo que, fresco ou curado, está sempre presente na mesa ou no farnel. Em Serpa celebra-se esse essencial da gastronomia alentejana na Feira do queijo do Alentejo, um encontro anual onde produtores nacionais, restaurantes e uma região internacional convidada apresentam o que de melhor se faz cá e lá.

Ao som dos grupos corais, o Cante Alentejano, reconhecido como Património Cultural Imaterial da Humanidade, traz à feira os sons familiares do campo, naquele misto de alegria e tristeza que o torna tão especial. Será assim, entre ateliers de fabrico de queijo, provas, concursos e workshops sempre com o queijo no centro das atenções e com actividades que se estendem ao pastoreio e à tosquia de ovinos.

Feira do Queijo, Serpa Feira do Queijo, Serpa
Feira do Queijo, Serpa Feira do Queijo, Serpa

E porque do queijo ao pão e aos enchidos ou ao azeite e às azeitonas, também haverá muito que provar nas tasquinhas e junto dos produtores, onde até os mais gulosos hão-de sentir-se em casa com a doçaria conventual e o mel. Por mim hei-de ficar a sonhar com esta mousse de requeijão e batata doce do chef José Bengaló, que estará na feira em apresentações culinárias e que também contará com a presença do chef Henrique Mouro.

Feira do Queijo, Serpa


A Feira do queijo do Alentejo decorre em Serpa nos dias 24, 25 e 26 de Fevereiro de 2017 e tem como região convidada Salamanca (Espanha). Do programa fazem ainda parte debates, concertos e dança.

13.2.17

Bolo de laranja e azeite (com chantilly de coco)

Bolo de laranja molhado

Diz-se que as gargalhadas, a boa comida e a companhia perfeita tornam irrelevantes questões de logística e qualquer probabilidade de chuva. Ainda que não se aconselhe esquecer o chapéu ou o cachecol, por esta vez deixemos para trás o tempo que faz e uma segunda-feira que promete ser difícil. Foquemo-nos no que importa, na única coisa que interessa, na garantia que o frio e as dificuldades ficarão mais suportáveis. Atentemos ao bolo.

Não há fim-de-semana sem bolo cá em casa. Se por qualquer razão se alteram rotinas e não se liga o forno, a semana que se segue sofre irremediavelmente com o espaço vazio na bancada da cozinha e na barriga de quem procura conforto. O bolo semanal é panaceia para todos os males e afoga mágoas com a mais simples chávena de chá. É uma espécie de antidepressivo caseiro. E se a adição não pode ser evitada, pelo menos é fácil e barato.

cardos Bolo de laranja molhado

Esta é uma receita amiga dos citrinos que são apanágio da estação. As laranjas e o azeite, ingredientes perfeitos em conjunto, para um bolo que se faz em dois tempos. Usa o sumo e a raspa e não tem lactose. Para servir de sobremesa ao almoço de Domingo, fica supimpa com uma colhereada generosa de chantilly de coco. As sobras aguentam-se durante 5 dias num recipiente fechado, assim os gulosos permitam.

Boa semana!

6.2.17

Como se faz a cerveja e o que comer com ela?

Sociedade Central de Cervejas (ou como se faz uma cerveja)

Diz-se da cerveja que é um pão de beber. Os princípios, ingredientes e magia são em tudo semelhantes à fermentação que está na base do pão que comemos diariamente. Eu que não bebo cerveja com frequência dou por mim cada vez mais curiosa, com a nova vaga de interesse na bebida e na sua produção. Como se faz cerveja? Cereais, lúpulo, água e levedura. Ou, mais especificamente, imergindo primeiro uma fonte de amido em água e procedendo em seguida à fermentação do líquido doce resultante com levedura. Seja artesanal ou produzida comercialmente em larga escala, a cerveja é sempre feita da mesma forma.

Ao entrar na Central de Cervejas é como se a magia do processo ficasse ainda mais reforçada. As grandes caldeiras de cobre dão à sala (que neste dia não estava em laboração) um ar misterioso. O sabor, teor alcoólico ou cor estão dependentes tanto dos ingredientes usados, como do processo de produção. Loiras, ruivas, ales ou lagers, stouts ou pilsners. Até os termos contribuem para a alquimia e eu vou ouvindo com atenção, absorvendo informação e seguindo o percurso no museu que conta a história da fábrica de Vialonga e das cervejas que fazem parte do nosso imaginário.

Sociedade Central de Cervejas (ou como se faz uma cerveja) Sociedade Central de Cervejas (ou como se faz uma cerveja) Sociedade Central de Cervejas (ou como se faz uma cerveja)

E o que se come com cerveja? Já mais na minha zona de conforto, vejo chegar à mesa a família Bohemia. Em tudo diferentes na cor e no sabor, até o copo em que são servidas procura enfatizar o carácter único de cada cerveja. Com a ajuda da chef Justa Nobre, que fez o almoço, começamos por uma sopa de mariscos que faz boa companhia à Bohemia Trigo, com as notas doces do marisco a combinar com a mais suave da família e uma das minhas favoritas. Entre conversas à mesa, experimenta-se também a Bohemia Puro Malte, muito diferente da anterior, uma cerveja aromática a pedir os sabores mais fortes dos bilharacos de alheira com sésamo que a chef serve acompanhados de salada de pepino e tomate. Mas a refeição está para continuar e a combinação das cervejas com os pratos vai alimentando a discussão sobre quais funcionam melhor com o quê.

Sociedade Central de Cervejas (ou como se faz uma cerveja)