8.4.13

{Na Rota dos Cafés} Trieste e strudel de maçãs e alperces

Trieste, strudel com maçãs e alperces

São viagens imaginárias, convites a partir para longe sem sair do lugar. Meto o nariz numa chávena de café e lá vou eu. Parto, tantas vezes sem destino, em busca do sabor perfeito na memória escondida de viagens passadas. Quero ir mesmo que a viagem dure apenas uma chávena de líquido quente e um dedo de creme. Mesmo que depois fique um vazio no sítio onde antes nada havia. É que quando se prova algo especial, é um caminho sem retorno.

Tenho saudades de sítios onde nunca estive e daqueles onde quase cheguei. Trieste, em Itália, é um deles. Há uns anos fiquei literalmente a um par de quilómetros e agora foi lá que "voltei", numa chávena de café Nespresso Limited Edition e numa fatia de strudel.

Trieste Nespresso

Vi-me de volta aquela Primavera em que uma passagem pela Eslovénia quase me levou até Trieste. Não aconteceu. Fiquei-me pelo Adriático que banha a costa e pelo azul a perder de vista. É por lá que passa desde sempre a Rota dos Cafés, quando o movimentado porto de Trieste recebia todo o café que abastecia Viena e o Império Austro-Húngaro.

Em Itália faz-se um espresso como em poucos sítios no mundo. A cultura do café está enraizada e é coisa séria para baristas e consumidores. Se alguém sabe tudo sobre o caffè espresso perfetto são os italianos. Na Rota dos Cafés, a homenagem a Itália é não apenas merecida como incontornável. Trieste é, a Norte, um exemplo da importância geográfica e cultural da Itália na história do café na Europa.

E o que é que acompanha um expresso? Fruto da proximidade com a Áustria e a Eslovénia, os bolos e doces locais reflectem um percurso onde se encontram tartes e tortas recheadas, como o strudel. Foi uma fatia com sabor a maçã e passas que veio fazer companhia à minha chávena de Trieste, na apresentação desta edição limitada da Nespresso.

{Dia 12 de Abril, entre as 16h00 e as 18h00, a Nespresso organiza um workshop de harmonização entre cafés, vinhos e sobremesas na 6ª edição do Peixe em Lisboa, com inscrição gratuita a todos os visitantes do Peixe em Lisboa}

Strudel de maçãs e alperces

Strudel é um bolo tradicional Vienense, normalmente recheado com maçã, muito popular em diversos países da Europa. Em Trieste, representa a convergência das culturas alemã, eslava e latina e, não sendo o típica sobremesa italiana, faz parte da tradição da cidade. Acompanha um café curto Trieste, que para mim é bebido "nero" mas que dizem os entendidos pode ser tomado cortado com leite. Nesse caso peça-se um "capo".

A minha receita de strudel é muito simples. Gosto de usar alperces secos e cranberries, que têm maior acidez, e maçãs Granny Smith, que mantêm a sua forma e têm um travo a verde que funciona bem com os restantes sabores. A massa pode ser feita em casa mas é trabalhosa. Pode ser substituída com muito bons resultados por massa philo. É servida polvilhada com açúcar em pó, simples ou acompanhada de gelado ou um crème anglaise .

De Trieste, parto para um novo destino na Rota dos Cafés: Nápoles. É lá que me espera um novo café e uma nova sobremesa, muito diferente desta. Qual será?

Strudel de maçãs e alperces
Strudel



Strudel de maçãs e alperces

serve 6-8

2 folhas massa philo 30x40 (cerca de 75 g)
50 g manteiga sem sal
4-5 maçãs Granny Smith (cerca de 600 g), descascadas e cortadas em cubos
8 alperces secos, picados grosseiramente
2 colheres (sopa) cranberries secos (ou passas)
1 laranja pequena, sumo e raspa
85-100 g açúcar amarelo (dependendo da acidez das maçãs usadas)
1 colher (chá) canela
2 colheres (sopa) água
1 fatia de pão, grande e sem côdeas, triturado finamente
açúcar em pó, para servir

Misture a raspa da laranja com o açúcar e reserve. Numa tigela pequena, coloque os alperces e os cranberries, cubra com o sumo da laranja e deixe hidratar durante 30 minutos. Leve um tacho com as maçãs, a canela, a água, uma colher de sopa de manteiga e a mistura do açúcar ao lume. Coza as maçãs até ficarem macias (8 minutos) mas sem ficarem em puré. Junte os alperces e os cranberries e o sumo que ainda restar. Deixe levantar fervura e retire do lume. Acrescente o pão e mexa para misturar bem. Reserve até arrefecer completamente. O recheio deve ficar sem líquido nenhum.

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Prepare um tabuleiro com papel vegetal ou um tapete de silicone. Derreta a manteiga que resta.

Trabalhando rapidamente, estenda uma folha de massa philo e pincele com manteiga. Coloque a outra folha por cima e repita a operação. Disponha o recheio no sentido do comprimento, deixando 2 dedos de cada lado e em baixo. Dobre a massa do lado direito e do lado esquerdo sobre o recheio e pincele o rebordo com manteiga. Dobre em baixo e faça a mesma operação. Cuidadosamente, role o strudel de baixo para cima e vá pincelando com manteiga à medida que vai enrolando. Procure que fique fechado para não verter. Pincele novamente e leve ao forno 15-20 minutos ou até a massa ficar dourada.

Sirva morno, polvilhado com açúcar em pó, simples ou com um crème anglaise ou gelado de baunilha.