24.2.12
Sopa de cenoura e beterraba e uma quase fatalidade
Uma mão cheia de beterrabas. O sabor a terra e a cor vibrante são as suas principais características. Os dedos pintados uma promessa para quem as cozinha. Um sonho infantil em forma de sopa. E, no entanto, as beterrabas são mal-amadas. Um olhar de soslaio, desconfiado, é tudo o que repetidamente lhes está destinado. As primeiras impressões não são decisivas. Às vezes são fatais mas não decisivas. Diz Agustina Bessa-Luís e eu concordo. Como sempre, perspicaz e incisiva. O meu amor pelas beterrabas é recente. Lembrei-me da Agustina por causa desta quase fatalidade.
Se puderem dêem uma (segunda) oportunidade às beterrabas. Por via das dúvidas. Não vá a primeira impressão estar errada. E ser-vos fatal.
Esta sopa surge, como tantas, da necessidade de usar meio molho de beterrabas. Devo ao meu adorado Provador esta vontade recente de incluir mais este vegetal na nossa alimentação diária. É que ele, ao contrário da minha pessoa, sempre soube que gostava de beterraba. A combinação com cenoura reforça os açúcares próprios da beterraba que foi assada e ganhou um sabor caramelizado muito interessante. O iogurte e o cebolinho contrabalançam o doce com um travo mais ácido. Fez-se como almoço de semana, com pão torrado e queijo de cabra.
Sopa de cenoura e beterraba
6 porções
3 cenouras grandes, em cubos
3 beterrabas assadas
2 batatas grandes, em cubos
2 talos de aipo, picados
1 cebola grande, picada
900ml caldo de vegetais
2 colheres (sopa) Azeite Clássico Espiga
Aqueça o azeite com a cebola picada e junte o aipo, as batatas e as cenouras. Tempere com sal e pimenta, reduza o lume e mexa (2 minutos). Adicione a beterraba e o caldo de vegetais. Tape e deixe cozinhar por 10-15 minutos ou até os legumes estarem cozidos. Reduza a puré. Rectifique o sal e se necessário adicione mais caldo ou água. Sirva com uma colher de iogurte e cebolinho picado.