Um dia no Festival de Gastronomia de Santarém começa com um caminho por terras onde a vinha e os figos se ligam com a paisagem fértil do rio, com o Tejo omnipresente a emoldurar campo a perder de vista. À chegada, é o perfil recortado num céu azul de Outono que nos recebe para uma jornada de provas, conversas e compras. Com curadoria do chef Rodrigo Castelo, o Festival de Gastronomia de Santarém junta à montra de produtores, restauração e artesãos que são parte da sua longa história, um espaço dedicado aos petiscos da minha terra onde inúmeros chefs mostram as suas propostas. E se onde há pratos não pode (nem deve) faltar copos, é naturalmente nos Vinhos do Tejo que encontramos consolo nas escolhas do Sommelier Rodolfo Tristão.
Entre as comidas trazidas na memória futura, e para visita obrigatória aos restaurantes, o polvo à Galega do chef Hugo Freitas Araújo (Solar dos Presuntos, Lisboa), a sandes de cabrito estonado do chef André Ribeiro (Callum, Castelo Branco), a lula do chef Miguel Laffan (Palma, Monforte) e o tataki de salmão e miso do chef Ruy Leão (Shiko Tasca Japonesa, Porto). Entre os produtores de todo o país, pára o olhar nos movimentos certos de quem faz colheres de pau há largas décadas e na loiça de barro negro de Bisalhães, enquanto fazemos compras de nozes, castanhas, queijos e enchidos nas bancas que chegam de Norte a Sul do país. Desce sempre uma montra de gastronomia nacional, a edição deste ano mostra um festival renovado que mantém toda a sua tradição, com uma proposta actual e de olhos no futuro. Já com saudades, mal podemos esperar pelo próximo ano!