12.12.15
Bolo-rei de espelta e cerveja preta
Ouro, mirra e incenso. Presentes dignos de um rei. São as oferendas dos três reis magos que fazem parte do nosso imaginário e se relembram a cada Natal, assim começam a aparecer as figurinhas do presépio ou as representações deste marco da história cristã.
Em forma de bolo se simbolizam também desejos de espiritualidade e imortalidade invocando o espírito do tempo e a celebração do nascimento. Não há Natal sem bolo-rei. Amado por muitos, este é o bolo que nunca falta na mesa da consoada. Cá em casa nasceu das mãos do padeiro de serviço e recebeu um recheio e cobertura simplificados.
Houve um tempo em que eu não gostava de frutas cristalizadas. Culpo o excesso de açúcar e a fraca qualidade dos exemplares da altura. Hoje descubro nesta forma de preservar fruta muito mais graça. E não fico indiferente às cores bonitas essenciais à decoração do bolo-rei. Neste caso apenas cerejas e figos, porque são os nossos preferidos e têm as cores do Natal. A massa, essa, tem apenas amêndoas e passas e os sabores fortes da espelta integral e da cerveja preta. Para fazer desta quadra um tempo ainda mais doce.
Boas festas!
Bolo-rei de espelta e cerveja preta
rende 2 bolos com cerca de 500 g cada
350 g farinha de trigo T65
150 g farinha de espelta integral
15 g fermento de padeiro (fresco)
10 g sal
50 ml cerveja preta, à temperatura ambiente
50 ml água, à temperatura ambiente
3 ovos + 1 gema para pincelar
100 g açúcar
100 g manteiga (sem sal)
1 laranja (apenas a casca)
1 limão (apenas a casca)
75 g amêndoas laminadas
125 g passas
para a decoração
125 cerejas cristalizadas, cortadas ao meio
3 figos cristalizados, em quartos
Vinho do porto, para macerar as frutas
açúcar branco
Com uns dias de antecedência coloque as passas e a fruta cristalizada a macerar no vinho do Porto (ou no mínimo de um dia para o outro).
Para a esponja, dissolva o fermento em 50 ml de água e uma colher de chá de açúcar. Numa tigela misture as farinhas e abra uma cova ao centro desta mistura. Adicione o preparado do fermento e com a ajuda de um garfo envolva estes ingredientes, deixando alguma da mistura da farinha intacta nas partes laterais da tigela. Deixe repousar cerca 30 minutos, até que o fermento esteja activo (a mistura deve tornar-se esponjosa).
Noutra tigela, bata a manteiga com o açúcar e a raspa dos citrinos e adicione os ovos, um de cada vez batendo sempre. Na esponja deite a cerveja e envolva. Verta o preparado dos ovos na massa, junte o sal e amasse até esta se soltar das paredes da tigela. Retire a massa para uma superfície levemente polvilhada com farinha. Amasse durante cerca de 15-20 minutos até obter consistência e elasticidade na massa. Se necessário intervale este processo de modo a que esta não aqueça excessivamente e se torne demasiado pegajosa devido à presença da manteiga. Deixe levedar num local resguardado durante 2 horas, coberta com um pano.
Estenda um pouco a massa e distribua as amêndoas laminadas e as passas devidamente escorridas do líquido de maceração. Envolva e amasse mais um pouco de modo a obter uma distribuição uniforme destes ingredientes. Deixe repousar 10 minutos.
Forme as duas coroas, deixando um buraco grande para que não feche. Deixe levedar já no tabuleiro mais 1h a 1 hora e meia..
Entretanto pré-aqueça o forno a 180ºC. Pincele as coroas com a gema batida à qual adiciona uma colher de chá de água. Disponha as frutas cristalizadas e leve a cozer durante cerca de 45 minutos. Se a parte superior começar a ficar demasiado cozida cubra com papel de alumínio.
Retire do forno e deixe arrefecer totalmente num tabuleiro de arame. Polvilhe com açúcar branco antes de servir.